Patentes de software são um problema que em um mundo ideal deveria ser extirpado (ou ao menos profundamente corrigido), mas no momento fazem parte da regra do jogo em diversos mercados internacionais, e foram aspecto importante em um recente julgamento que envolveu Apple e Samsung (bidirecional: a Samsung chegou a exigir que a placa na entrada dissesse também Samsung x Apple, pois estava apenas Apple x Samsung), que resultou na decisão de que aparelhos da Samsung violavam 6 das 7 patentes da Apple que estavam em questão, e de que a Apple não violava os direitos que a Samsung também buscou na mesma oportunidade.
Para mim o efeito disso sobre os demais fabricantes de aparelhos com Android seria baixo, principalmente depois que o Google, na segunda-feira seguinte à decisão do júri, manifestou-se para falar em levar a questão a tribunais superiores, e também para dizer que as patentes em questão pouco afetam o Android em si – seria algo mais relacionado aos aparelhos da Samsung e ao sistema operacional que a Samsung distribui em seus aparelhos Android. E seria de se imaginar que os fabricantes confiem no seu parceiro fornecedor de sistema operacional.
Mas a agência Reuters, que cobriu de perto o julgamento, trouxe agora uma análise diferente, afirmando que a própria Samsung e outros fabricantes de aparelhos com Android estão discretamente procurando diversificar suas opções.
As empresas continuam a apostar fichas no Android, claro, e ao menos uma delas (a ZTE) demonstrou cabalmente acreditar no que o Google contou, declarando que a decisão judicial não é relevante para o que ela faz.
Mas (diz a Reuters), “à medida que o mercado móvel amadurece e mais processos de patentes se tornam prováveis, alguns fabricantes começam a buscar alternativas”.
O artigo comenta ainda sobre o salto positivo no valor de mercado da Nokia (que apostou todas as fichas no Windows Phone) após a divulgação do resultado do julgamento, e sobre o recente anúncio de um celular com Windows 8 pela própria Samsung.
A mim parece que todas as empresas mencionadas no artigo já têm a característica de manter produtos com vários sistemas operacionais, mas também acredito que se o mercado se preocupa com algum risco a algum deles, elas fazem muito bem em discretamente mostrar que não estão (e nem caminham para estar) em situação de dependência em relação a este sistema, enquanto o próprio proponente da plataforma se empenha em demonstrar na prática a inexistência ou não do risco em questão, e todos os envolvidos procuram prever ou provocar o próximo passo e convencer a todos que o resultado final será a seu favor, seja nos tribunais, no ponto de venda ou nos bastidores. (via tecnologia.ig.com.br – “Fabricantes apoiam plataforma Android, mas estudam alternativas – Tecnologia – iG”)